
A ONG O Pequeno Nazareno (OPN) realizou, no mês de julho, mais um acolhimento de uma criança em situação de moradia na rua. O menino, com 12 anos, se encontra agora acolhido na unidade da instituição que fica em Itamaracá (PE), depois de ter passado por todas as etapas necessárias para sua entrada na OPN. A ação faz parte do projeto “Criança não é de Rua V”, elaborado e executado pela OPN e financiado pelo Conselho Municipal de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente (COMDICA) da cidade do Recife (PE).
“Criança não é de Rua”, que já se encontra no seu 5º ano, é voltado para o atendimento às crianças e adolescentes em situação de moradia nas ruas com a finalidade de orientação e apoio sócio familiar. O objetivo do projeto é oferecer, através de atividades lúdicas, visitas domiciliares, atendimentos e encaminhamentos que favoreçam a inclusão social, familiar e comunitária dessas crianças e jovens, garantindo assim os direitos fundamentais estabelecidos no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).
De acordo com a Coordenadora do projeto e também assistente social, Lígia Márcia Santos, a rua surge como espaço vertiginoso apto a devolver à criança “o chão” que lhe foi tirado, e com ela o ingresso no mundo das drogas e da violência. Em função de estarem nas ruas, às crianças em geral são induzidas a ações delituosas e é nesse ponto de resgate que o projeto vem atuar. “Criança não é de Rua pretende estimular e potencializar o processo socioeducativo vinculado a realidade desses meninos e meninas, numa perspectiva de reintegração e fortalecimento familiar, e também garantir o direito das crianças e adolescentes junto ao poder público e outras organizações não governamentais”, explica Lígia.
Segundo a psicóloga da OPN, Mércia Gomes, o projeto segue uma ordem para que sejam respeitados os direitos dessa criança ou adolescente. Levando isso em conta, a primeira etapa se resume na aproximação nas praças e ruas do Recife, com a participação dos educadores sociais, assistente social e psicóloga sempre trazendo temas como apoio à saúde, à família e prevenção às drogas. Após isso, a equipe psicossocial da OPN vai agir no reatamento do vínculo familiar com acompanhamento pré-acolhida e pós-acolhida para a promoção do direito à convivência familiar e comunitária. Caso não consigam ou não permitam que a criança permaneça com a família, por motivos pertinentes e embasados pela lei, ela é dessa forma acolhida pela OPN, passando assim a morar na instituição. “Acreditamos sempre que o melhor para a criança é estar com sua família e inserida na sua comunidade, estudando, brincando, mas para isso é necessário um trabalho integrado da rede de fortalecimento familiar para que seja possível um ambiente que oferte o mínimo de condições para que a criança esteja em casa. Quando isso não acontece a criança não volta pra casa e a melhor alternativa é a do acolhimento. Nós, enquanto instituição, temos feito nossa parte neste sentido, mas a sociedade como um todo precisa estar junta para que isso alcance mais crianças e suas famílias”, conclui a psicóloga.
Pablo Braz
Assessor de Comunicação da OPN
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